sábado, 15 de dezembro de 2012

Cinemark é a Pior Diversão

Paulo Werneck

Ted Namish: Trolls
Fonte: tednasmith.mymiddleearth.com

Cinema é a melhor diversão. Não sei se a frase ainda circula, mas quando jovem a via frequentemente estampada nos cinemas do circuito Luis Severiano Ribeiro.

Não gosto do Cinemark, impessoal e barulhento, e a "experiência", palavra mágica do marketing, costuma não ser boa - banheiro deixando a desejar, muito barulho, acesso difícil pela pequena quantidade de elevadores do shopping. Prefiro frequentar o amável ex-Unibanco Arteplex, atual Espaço Itaú de Cinema, com livraria e café, a pouca distância dali, e mais perto da minha casa.

Quarta-feira, no entanto, lá voltei, convidado por pessoa muito amiga, para assistir ao O Hobbit, sessão das 11:50. Praça de alimentação fechada, óbvio, os futuros espectadores socados dentro do saguão do cinema.

A sessão começou com 27 minutos de atraso, porque, catando eventuais pseudo estudantes, com o velho golpe da meia entrada, apenas UM funcionário checava e carimbava os boletos, espectador por espectador, em lotes de dez pessoas.

A fila da outra sala, com o mesmo horário, era checada por outro UM funcionário.

Uma chefe, aparentando ser a gerente, garantia o desrespeito organizado ao público, que "não seria prejudicado porque o filme só começaria depois de todos entrarem".

Dois outros funcionários, em vez de ajudarem na conferência, ficaram com a importante missão de indicar aos espectadores qual a sala 5 e qual a sala 6. Parece que estes não saberiam ler algarismos, apesar de dominarem a língua de Shakespeare o suficiente para não precisarem ler as legendas...

O atraso, além do desrespeito, é desagradável por ser "curtido" em pé, sem o direito de ir e vir, encurralado num lugar parcialmente fechado.

Depois que a sessão começou, ainda tivemos de assistir 10 minutos de trailers.

Ao final da odisséia, banheiro fechado no cinema, banheiro fechado no andar do cinema, banheiro só disponível no sétimo andar, depois de um lance de escadas, rolantes, pelo menos.

Foi minha última ida ao Cinemark.

Quanto ao filme, pencas efeitos especiais em cenas inexistentes no livro para justificar o 3D, mas sem terminar a história. Teremos assim uma continuação, apesar de O Hobbit ser mais curto que qualquer dos volumes do Senhor do Anéis.

Os apaixonados pela obra de Tolkien, pelo mundo da Terra Média, considerarão a película imperdível pelas reconstituições. Talvez quem não tenha lido o livro não se incomode com as excessivas liberdades do diretor.

Observação: como há muito tempo li o livro, temo ter cometido alguma injustiça. O relerei mais uma vez e postarei meu pedido de desculpas, se for o caso.